Marcos Rêgo lança pré-candidatura a vereador de Teresina pelo PSC
O secretário geral do PSC em Teresina propõe a gratuidade no transporte público para pacientes em tratamento oncológico.
O pré-candidato a vereador pelo PSC, Marcos Rêgo, que também é secretário geral do diretório do partido em Teresina, vai propor, caso seja eleito, um projeto para garantir a gratuidade no transporte público para pessoas que estejam fazendo tratamento oncológico.
Em entrevista ao GP1, Marcos Rêgo explicou que a ideia surgiu após sua esposa enfrentar um câncer de tireoide. De acordo com o pré-candidato, ao frequentar o Hospital São Marcos, onde é realizado tratamento oncológico em Teresina, ele se deparou com diversas situações onde as pessoas pediam ajuda, pois não tinham sequer como custear o transporte. “De todas as vezes que eu estive no Hospital São Marcos, todas as vezes as pessoas vinham me pedir dinheiro, uma ajuda para pagar um transporte, para ajudar, porque muitas delas nem sequer tem o dinheiro para ir fazer o tratamento”, disse.
Marcos Rêgo afirmou que dados do SUS referentes ao mês de junho, dão conta que 1416 pessoas fazem tratamento de câncer atualmente em Teresina. “Eu fui me aprofundar na pesquisa para saber quantas pessoas a gratuidade iria atingir, um terço dessas pessoas tem carro, tem transporte, mas existe uma parte carente da população que não tem sequer o dinheiro para ir fazer o tratamento. Esse projeto já existe em várias cidades do Brasil, e a gente está propondo como pré-candidato essa gratuidade em Teresina”, explicou.
A proposta de Marcos Rêgo ainda vai além, ele quer que os custos do serviço de gratuidade no transporte venham a partir do corte da verba indenizatória paga aos vereadores de Teresina. Essa verba serve para custear as despesas dos parlamentares como moradia, alimentação e locomoção por exemplo. “Eu acredito que se em 4 anos a gente cortar essa verba, nós vamos ter uma economia de mais de 26 milhões de reais. Cada vereador de Teresina vai fechar o mês de dezembro, acabando o mandato, vai ter recebido mais de R$ 830 mil cada um só de verba indenizatória. O cidadão que ganha R$ 18.800,00 ele tem condição de botar combustível no carro dele, de pagar a comida dele, é uma despesa desnecessária, com esse dinheiro dá pra garantir a gratuidade, dá para climatizar as paradas de ônibus, dá para fazer muita coisa só com essa verba dos vereadores”, explicou.
Questionado sobre as dificuldades em aprovar o corte da verba indenizatória, o pré-candidato a vereador disse acreditar em uma renovação nas cadeiras da Câmara Municipal. “Vai existir dificuldade se o atual modelo e o quadro que hoje se encontra lá permanecer, mas eu acredito numa mudança na Câmara de mais de 70%, então são novos vereadores, na eleição passada nós tivemos uma mudança, uma renovação de quase 45%. Tem como ser feito porque vão ser novas lideranças que vão estar lá, e os que forem eleitos, se forem eleitos com intenção de trabalhar e não usar o mandato em benefício próprio tem como ser feito”, avaliou.
Marcos Rêgo citou que a gratuidade já acontece em outras cidades do país e explicou como funciona. “No estado do Rio de Janeiro funciona assim desde 2008: a pessoa diagnosticada com câncer vai até a Secretaria de Transportes, como é o Strans aqui, lá ela pega a gratuidade por um determinado tempo, de três ou quatro meses, daqui quatro meses ela vai ter que trazer um laudo médico para provar como está o andamento da doença e se for o caso renova o direito por mais quatro”, disse.
O secretário geral do PSC ainda explicou que a gratuidade deve ser integral, e não apenas para a locomoção exclusiva ao tratamento. De acordo com ele, esta é uma forma de levar cidadania ao paciente oncológico e ajudar que este também tenha momentos de lazer. “Você vai dar gratuidade para a pessoa, mas vai fazer com que a pessoa tenha liberdade. Quando se está passando por um problema de saúde você fica ocioso e a maioria das pessoas que fazem tratamento contra o câncer a primeira coisa que vem é a depressão, então se a pessoa já não tem dinheiro ela tem que pelo menos ter a gratuidade para pelo menos poder abrir a cabeça, visitar um parente, um irmão, um amigo, para poder se distrair e não ficar pensando apenas na doença. É uma forma de você levar um pouco de cidadania para as pessoas”, afirmou.
Marcos Rêgo afirmou que também vai lutar para a construção de um hospital que seja habilitado para fazer tratamento com iodo radioativo, necessário na luta contra o câncer. Segundo ele, das duas clínicas que fazem o serviço no estado, apenas uma atende pelo SUS. “Quando você vai lá para essa clínica para fazer o tratamento, você pode esperar por seis meses por uma coisa que você tem que tomar com dois meses. Quem não consegue tem que pagar particular, eu paguei particular para minha esposa, R$ 4.150,00 a dose mais fraca e a dose mais forte é R$ 7.500,00, eu tenho a nota fiscal de que paguei. Aqui em Teresina não existe nenhum hospital público que faça isso. Nós vamos defender também um espaço da prefeitura para que possa fazer esse tratamento num hospital público, pois não existe hoje no estado do Piauí, não é na cidade de Teresina, é no Estado do Piauí”, disse.
O secretário geral do PSC finalizou a entrevista afirmando que, caso eleito, vai lutar para garantir que sua propostas sejam aprovadas: “nós temos a obrigação como pré-candidato de levar essas propostas, de tentar fazer o máximo para que essas pessoas possam ser assistidas pelo poder público, fazendo a nossa parte”.